sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Maria é nosso auxilio no tribunal divino

Quando uma alma está para sair desta vida, diz Isaias, se conturba o inferno todo e manda os demônios mais terríveis a tentá-la antes de sair do corpo e depois acusá-la, quando se apresentar ao tribunal de Jesus Cristo. “O inferno via-se lá embaixo à tua chegada todo turbado, e diante de ti levanta gigantes” (Is 14,9). Mas Ricardo diz que os demônios, em se tratando de uma alma patrocinada por Maria, não terão atrevimento, nem ainda para acusá-la. Pois sabem muito bem que o Juiz nunca condenou, nem condenará jamais uma alma patrocinada por sua grande Mãe. S. Jerônimo escreve à virgem Eustóquio que Maria não só socorre os seus amados servos na sua morte, mas também os vem esperar na passagem para a eternidade, a fim de os animar e de os acompanhar até ao tribunal divino. Ó dia esse, exclama o Santo, em a Mãe de Deus, rodeada de muitas virgens, há de vir ao teu encontro! E isto se conforma com o que a mesma Santíssima Virgem disse a S. Brígida, referindo-se a seus devotos moribundos: Na hora da morte dos meus servos eu venho, como Senhora e Mãe amantíssima deles, e lhes trago consolo e alivio. Ajunta S. Vicente Ferrer que a bem-aventurada Virgem recebe as almas dos que morrem. Nossa amorosa Rainha acolhe sob seu manto as almas dos seus servos, apresenta-as ao Filho que as deve julgar e obtém-lhes a salvação. Foi o que aconteceu a Carlos, filho de S. Brígida. Morrera na perigosa carreira de soldado, longe da mãe, que por isso mesmo temia pela salvação dele. Mas a Santíssima Virgem revelou-lhe que Carlos se havia salvo, pelo grande amor que lhe consagrava, razão por que ela própria o assistira na ultima hora, sugerindo todos os atos cristãos necessários no momento. Ao mesmo viu a Santa Jesus Cristo no trono, e viu também que o demônio lhe apresentou duas acusações contra a Santíssima Virgem. Era a primeira que Maria lhe tinha impedido de tentar o moribundo; a segunda, que ela mesma havia apresentado a Jesus a alma de Carlos e assim a salvara, sem lhe permitir alegar nem ainda os direitos que ele, demônio, possuía. (S. Afonso M. de Ligório, “Glorias de Maria”)
Maria, refugio seguro na hora da morte

“De Santo André Avelino conta-se que, estando para morrer, vieram muitos demônios para tentá-lo. E de tal modo investiram ele, que deixaram horrorizados aos bons religiosos que o estavam assistindo. Viram eles que ao Santo se lhe inchou com grande agitação o rosto, de tal sorte que se fez de todo negro. Viram-no tremer debate-se. De seus olhos corriam lagrimas e violentos lhe eram o movimentos da cabeça. Tudo sinais da horrível peleja que lhe dava o inferno. Os religiosos choravam de compaixão, redobravam as orações e tremiam de pavor, vendo que assim morria um Santo. Mas em ver que o Santo repetidas vezes movia os olhos para uma devota imagem de Maria, como quem procurava o seu socorro. Vinha-lhes à lembrança a frase na qual ele afirmara que a Mãe de Deus havia de ser o seu refugio na hora da morte. Enfim, foi Deus servido que terminasse aquele combate com uma gloriosa vitória. Cessada as convulsões do corpo, desinchado e tornado o rosto à sua cor antiga, viram-no, de olhos tranqüilamente fixos naquela imagem, fazer uma devota inclinação a Maria (a qual se crê que então lhe apareceu), como em ação de graças, e expirar placidamente nos braços da Mãe de Deus, tendo no rosto a transfiguração dos eleitos. Ao mesmo tempo uma religiosa capuchinha, agonizante, voltou-se para as que a assistiam e lhes disse então: Rezai a Ave-Maria, porque agora morreu um Santo.” (“Glorias de Maria”, S. Afonso M. Ligório)
------------
Comentário

Quantas almas não devem se perder por não se confiarem a tão Boa Mãe. Movidas por uma incredulidade vã e muitas vezes por um orgulho que as fazem entregar-se as tentações e à condenação eterna.

Maria, Mãe do divino Amor, rogai por nós!