terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Conversão de Santa Maria Egipcíaca e Maria

Com doze anos fugiu ela da casa paterna e foi para Alexandria. Aí passou uma vida infame e veio a ser escândalo daquela cidade. Depois de passar 16 anos em pecados, foi peregrinando até Jerusalém. Celebrava-se então na cidade a festa da Exaltação da Santa Cruz. Movida antes pela curiosidade do que pela devoção, quis a pecadora entrar na igreja. Mas no limiar da porta sentiu uma força invisível que a repelia para trás. Intentou segunda vez entrar e também foi repelida. O mesmo lhe sucedeu terceira e quarta vez. Então, encostando-se a miserável a um canto do pórtico da igreja, foi iluminada para conhecer que, por sua má vida, Deus a tocava para fora da igreja. Levantando pois os olhos, por felicidade sua, viu uma imagem de Maria que estava pintada no pórtico. Voltando-se para ela, disse-lhe: Ó Mãe de Deus, tende piedade desta pobre pecadora. Bem vejo que pelos meus pecados não mereço que olheis para mim; mas sois o refúgio dos pecadores; por amor de Jesus, vosso Filho, ajudai-me. Fazei que eu possa entrar na igreja, pois quero mudar de vida e ir fazer penitência aonde vós me ordenais.

Ouviu então uma vós interna, como se a bem-aventurada Virgem lhe respondesse: Eia, já que a mim recorreste e queres mudar de vida, entra na igreja, que já a sua porta não se fechará para ti. Entra a pecadora, adora a Santa Cruz e chora. Torna à imagem e lhe diz: Senhora, aqui estou pronta; para onde queres que me retire a fazer penitência? – Vai, responde-lhe a Virgem, achará o lugar do teu repouso. A pecadora confessa-se, comunga, passa o rio, chega ao deserto e aqui entendeu que era o lugar de sua penitência. Ora, nos primeiros dezessete anos, que combates não lhe deram os demônios, desejosos de vê-la recair! Então que fazia ela? Nada mais que encomendar-se a Maria. E Maria lhe alcançou força para resistir em todos os anos de luta, depois dos quais cessaram as batalhas. Finalmente depois de ter vivido cinqüenta e sete anos, permitiu a divina Providência que fosse encontrada pelo abade S. Zózimo. A ele contou ela toda a sua vida e pediu-lhe que tornasse ali no ano seguinte e lhe trouxesse a sagrada comunhão. Volta com efeito o santo abade e dá-lhe a comunhão. Depois a Santa lhe tornou a pedir que viesse outra vez visitá-la. Retorna novamente S. Zózimo e a encontra morta, com o corpo cercado de luzes e na cabeça escritas estas palavras: Sepulta neste lugar o corpo desta miserável pecadora e roga a Deus por mim. – Sepultou-a o Santo na cova, que veio abrir um leão. Voltando para seu mosteiro, publicou as maravilhas que a divina Misericórdia operara com esta feliz penitente. (Livro primeiro das Vidas dos Padres do deserto)
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O objetivo primeiro que levou-me a expor este tão belo exemplo de conversão, foi, não necessariamente a conversão em si, o que já seria suficiente, mas antes, o meio ao qual o fez ocorrer, a intercessão infalível de Maria.
Vivemos num tempo tão desgraçado, onde já não se faz tanto por Deus, e que para muitos seria melhor se Este não existisse, que moveu-me a presença e papel fundamental de Nossa querida Mãe, que, como nos ensina a Santa Igreja, jamais abandona quem a Ela recorre, e por isso, por este exemplo, quis trazer a todos para que saibam e creiam que temos diante de Deus Pai, além Cristo, Mediador por excelência, Maria, advogada dos pecadores e a quem Deus jamais deixa de atender, pois, a vontade desta Boa Mãe não é outra senão a vontade de Deus.

Maria, refúgio dos pecadores, rogai por nós!

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